(MARCUS OTTONI - Texto e foto)
Minha cidade perdeu o céu. Ele não está mais ao nosso alcance. Não temos mais o horizonte onde o sol se deita todas as tardes e as cores avermelhas tomam conta do azul provinciano destes dias de inverno averãosado.
Não há vegetação riscando o céu que não se vê mais e desenhando o contorno da terra no encontro com o infinito. Nem árvores como bonecos espalhafatosos surgindo do solo e virando silhuetas de paisagem no amanhecer do leste enquanto no oeste a noite se queda no horizonte que não temos mais, porque perdemos nosso céu.
Nosso céu sei que ainda está lá, junto da terra onde a vista alcança, onde os olhos deitam cansado em busca da terra da felicidade. O sol que nos aquece nasce lá no horizonte onde nossa vista não consegue mais enxergar. Vem surgindo de mansinho, contando os minutos para sentar-se na linha que separa a terra do céu que não temos mais nas manhãs dos dias de inverno, verão, primavera ou outono.
Não temos mais céu. Não vemos os dias de chuva se formando no infinito da terra ao longe no horizonte porque perdemos nosso céu. Mas elas vêm de lá, surgem lá, crescem lá e de lá, onde não podemos mais ver, elas ganham o céu que nos roubaram e choram suas águas inclementes sobre a cidade que não tem céu.
Lá também, no céu que não temos mais, nasce a o lua poderosa em seu esplendor de bola brilhante no quarto cheio da lua cheia que não vemos mais nascer no horizonte porque não temos mais céu. Ela passa pelo céu que nossa vista não mais alcança e cresce por sobre as arvores de concreto, ferro e vidro que tornaram-se nosso céu.
Minha cidade perdeu seu céu. Nós perdemos nossa euforia porque não temos mais céu. Não somos triste nem alegres, somos cinza como o céu que o progresso nos empresta para compensar o céu que não temos mais. Não somos mais azul provinciano, não somos mais alvoradas cheias de brilho, nãos somos mais entardecer avermelhado, não somos mais a noite possuindo o dia, nem o dia expulsando a noite. Somos meio dia sem céu. Somos uma cidade que perdeu seu céu definitivamente.
Não há vegetação riscando o céu que não se vê mais e desenhando o contorno da terra no encontro com o infinito. Nem árvores como bonecos espalhafatosos surgindo do solo e virando silhuetas de paisagem no amanhecer do leste enquanto no oeste a noite se queda no horizonte que não temos mais, porque perdemos nosso céu.
Nosso céu sei que ainda está lá, junto da terra onde a vista alcança, onde os olhos deitam cansado em busca da terra da felicidade. O sol que nos aquece nasce lá no horizonte onde nossa vista não consegue mais enxergar. Vem surgindo de mansinho, contando os minutos para sentar-se na linha que separa a terra do céu que não temos mais nas manhãs dos dias de inverno, verão, primavera ou outono.
Não temos mais céu. Não vemos os dias de chuva se formando no infinito da terra ao longe no horizonte porque perdemos nosso céu. Mas elas vêm de lá, surgem lá, crescem lá e de lá, onde não podemos mais ver, elas ganham o céu que nos roubaram e choram suas águas inclementes sobre a cidade que não tem céu.
Lá também, no céu que não temos mais, nasce a o lua poderosa em seu esplendor de bola brilhante no quarto cheio da lua cheia que não vemos mais nascer no horizonte porque não temos mais céu. Ela passa pelo céu que nossa vista não mais alcança e cresce por sobre as arvores de concreto, ferro e vidro que tornaram-se nosso céu.
Minha cidade perdeu seu céu. Nós perdemos nossa euforia porque não temos mais céu. Não somos triste nem alegres, somos cinza como o céu que o progresso nos empresta para compensar o céu que não temos mais. Não somos mais azul provinciano, não somos mais alvoradas cheias de brilho, nãos somos mais entardecer avermelhado, não somos mais a noite possuindo o dia, nem o dia expulsando a noite. Somos meio dia sem céu. Somos uma cidade que perdeu seu céu definitivamente.
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