terça-feira, 8 de setembro de 2015

Alternativas do PT para Dilma: ser cassada ou renunciar ao mandato de presidente

Marcus Ottoni (jornalista)
 
  Quando o pessoal do PT defende, é porque eles querem, na verdade, combater. Quando combatem, é sinal que querem defender. Essa lógica petista está comandando o que vem sendo posto para a sociedade pelo PT e é uma estratégia eleitoral para “dar a volta por cima” e conseguir instalar no país o que vinha sendo construído e que, nesse momento, deu com os burros n´água, comprometendo todo o projeto de “cubalizar” a America Latina, não por meio do socialismo, mas pela ótica dos irmãos Castro num estilo “Stalin dos trópicos”.
  A presidente Dilma que era uma peça importante na engrenagem do projeto se deixou levar pela prepotência exacerbada, motivada por todos os meios escusos conhecidos e praticados pela “cumpanheirada aloprada” e deu no que deu: atolou o Brasil e comprometeu o projeto da cubalização latino-americana idealizada por Zé Dirceu e posto em prática por seu mentor e padrinho, o ex-presidente Lula da Silva. O projeto esbarrou na incompetência da Dilma e na perseverança do juiz Sérgio Moro que fez cair pedra sobre pedra do castelo da corrupção montado no governo para financiar a estalinização do país.
  A exposição do esquema de financiamento do projeto petista de cubalizar o Brasil, derrubou os investimentos no país, produzindo uma crise econômica sem precedentes que se agiganta com o passar dos dias e que construiu outra crise, a política, mais ameaçadora do que a econômica, que fragiliza o PT e o seu governo.  Somado a isso, o clima de indignação e insatisfação popular contra a presidente, o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula colocaram um ingrediente indigesto na mesa do governo central e seus aliados, que nesse momento já não são tantos e também não muito confiáveis.
  O clima é péssimo para a administração da Dilma, sua popularidade está abaixo do nível tolerado; as medidas para conter a crise são catastróficas para um governo e um partido demagógicos; a austeridade compromete a gestão federal e provoca o efeito dominó nos estados e municípios; aumento descontrolado de impostos e novas arrecadações causam revolta na população; programas tidos como conquistas da sociedade são esvaziados e retrocedem; a educação piora; a saúde entra em coma; a segurança vira caso de polícia; as obras estruturantes se tornam elefantes brancos e muitas nem saem dos gabinetes dos ministérios; cai o número de trabalhadores empregados e na outra ponta cresce o desemprego em todo o país; greves pipocam por todo território nacional; sobe a gasolina e com ela tudo vai para as alturas; o botijão de gás torna-se objeto de luxo nas cozinhas dos brasileiros menos favorecidos; o pão, a carne, o leite, o arroz, as verduras, os legumes, o feijão e vários outros alimentos comprometem a nutrição de homens, mulheres, idosos e crianças; acende a bandeira vermelha na conta de luz e aumenta a conta de água embora o fornecimento se reduza por culpa de São Pedro e não dos administradores públicos; enfim... o caos está formado e muito bem formado mesmo com a desinformação que Dilma passa para a sociedade em seus hilários e desconexos discursos.
  E vem mais por aí. Vai acabar o dinheiro do “Bolsa Família” e muitos outros benefícios que o governo do PT diz que vai manter estão com os dias contatos. Para cumprir a promessa (coisa que Dilma já mostrou que não é muito do feitio dela cumprir promessa e falar a verdade) o governo terá que sugar da sociedade tudo que puder para arrecadar mais e mais e cobrir parte do descalabro financeiro em que o PT meteu o Brasil com o seu projeto de estalinização do país. Sacrificar a população para preservar o projeto petista não é uma alternativa para o governo Dilma, Lula e o PT, é uma prioridade que vai ser perseguida a todo custo.
  Nesse cenário de caos amplo, geral e irrestrito, o custo político eleitoral  para o PT pode ser alto e causar danos irreversíveis ao projeto de estalinização do Brasil e a implantação do regime da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas –URSS com base na gestão de Stalin, seguindo os princípios do marxismo primário e ancorado nas teses do camarada Lenin. Por isso, o PT e suas principais lideranças andam pregando o princípio da “legalidade eleitoral” como se a eleição de um candidato o blindasse com a impunidade por atos de improbidade e obrigasse a sociedade a ser conivente com os desmandos administrativos de um governo desastroso e desqualificado.
  O perigo mora ao lado do Palácio do Planalto, na praça dos Três Poderes, ali na arena do Congresso Nacional. Mas é um perigo cultivado e alimentado pelo próprio PT que entende ser nesse momento mais importante entregar Dilma para ser devorada pelos leões do PMDB e seus neo seguidores, e salvar o partido e seu principal ator político, o Lula da Silva, e por tabela, o projeto de estalinização do Brasil. Ao criar uma defesa midiática do mandato da presidente Dilma, ocupando as redes sociais e mobilizando setores ligados ao PT, como CUT, MST, UNE, etc, o PT antecipa um desfecho que ele mesmo torce que aconteça e quanto mais rápido melhor. Até porque a crise está se agravando, vai ficar pior e, nem mesmo um governo de coalisão política pós Dilma, conseguirá tirar o país desse buraco negro em que ele está se afundando sem ministrar doses cavalares de remédios amarguíssimos para a sociedade.
  Assim, o que virá de ruim será por opção não do PT, mas daqueles que sucederão Dilma na Presidência e que arcarão com os ônus da austeridade econômica com cortes em programas sociais muito mais duros do que os até então adotados pelo governo petista. O temor de uma devassa nas ações petistas dos últimos anos é real, mas tem uma dose de tranquilidade porque o foco da sociedade ficará na retomada dos investimentos, do desenvolvimento, na expectativa da melhoria da qualidade de vida que anda de ponta cabeça nos dias atuais. O que interessa a uma sociedade sacrificada por uma carga de impostos exorbitantes não é mais e mais escândalos cabeludos produzidos pelos aloprados e petralhas de plantão nos últimos doze anos, mas como os brasileiros vão melhorar a qualidade de suas vidas e manter seu padrão social.
  Dentro dessa ótica, o PT desfrutará de uma posição confortável já que irá colocar na conta dos “indignados e revoltados”, por eles alcunhados de “adversários da direita golpista”, a queda da Dilma e a interrupção do “governo das conquistas sociais e dos avanços democráticos”, fazendo-se de vítima de uma injustiça tramada nos “porões dos golpistas” e com participação efetiva do pessoal do “Tio Sam” para desestabilizar o avanço do governo de esquerda do povo brasileiro e interromper o processo de libertação da América Latina do imperialismo norte-americano etc, etc , etc e tal.... Essa demagogia panfletária fortalece o ex-presidente Lula e lhe dá, aparentemente, a garantia de retomar o Poder em 2018, cuja campanha eleitoral contará com apoios internacionais de peso e alinhados ao socialismo e comunismo internacional, retomando, com uma provável eleição, o projeto de estalinização do Brasil e a cubalização da America Latina com mais rapidez e com plenos poderes.
  Resta saber, quando o PT irá jogar a Dilma na arena dos leões do PMDB e lavar as mãos para salvar o partido e a candidatura do ex-presidente Lula em 2018. Com relação à Dilma, ela não tem peso na decisão do partido, nem de seu comando. A ela foi dada a oportunidade de ser a primeira mulher a governar o Brasil e, também lhe será dada a oportunidade de optar se quer ser a primeira mulher presidente do país a ser cassada pelo Congresso Nacional, ou a primeira mulher presidente a renunciar ao mandato conquistado nas urnas em 2014. O que ela escolher virá de um “acordo de cavalheiros” entre o PT e o PMDB...

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